Guimarães, sua história e folclore (Segunda morada)

Escolhemos Guimarães, no norte de Portugal, como nossa segunda parada, porque queríamos encontrar Paulo e Linda, casal amigo da minha cunhada Cristina, e porque queríamos vê-lo tocar caixa numa festa local chamada de Nicolinas que se realiza anualmente no mês de novembro. Conhecíamos Paulo apenas pela Internet onde ele mostrou-se bastante simpático e prestativo para nos dar orientações sobre os passos para a nossa nova vida no país. Acabou tornando-se mais um amigo nesta “viagem”.

Olá, Guimarães!



Vai ai um pouco de história que eu também aprendi. Um dos grandes baratos  desse meu novo modo de viver é o que aprendo em cada lugar que passo. Muito bom isso.

Resumidamente, Guimarães tem origens medievais no século X e tem um papel central na formação de Portugal, após a vitória de D. Afonso Henriques contra a Galiza (região da Espanha) na Batalha de São Mamede. Nascia, assim, o reino de Portugal a partir da independência do Condado Portucalense do domínio espanhol. D.Afonso Henriques consolidou ainda o reino com a expulsão dos Mouros na Batalha de Ourique (sul da Península Ibérica) em 1139. Esses feitos são relembrados na frase “Aqui nasceu Portugal“ escrita em baixo relevo numa parte da muralha do centro histórico de Guimarães.

Pronto, acabou a história, pelo menos até chegar a parte das Festas Nicolinas.



Uma grata supresa, essa Guimarães! Ao mesmo tempo que expõe tanta história com seu Castelo, Palácio dos Duques de Bragança, Mosteiro, casinhas da época e igrejas bem conservadas é, também, muito jovem por conta da Universidade do Minho. Mesmo no inverno, a cidade é agitada e há eventos culturais toda semana, de todos os gostos e gêneros, desde música clássica até música popular brasileira! Fomos assistir a um show de Carminho, uma famosa cantora de Fado – cantando Bossa Nova! E convidada especial do show foi ninguém menos que Marisa Monte, do alto das suas sandálias e do seu porte elegante. Foi DEMAIS. Amamos! (depois viemos a saber que Carminho já é conhecida e anda em turnê pelo Brasil - rsrsrs).

E por falar em cultura, como disse antes, escolhemos Guimarães como nossa 2a morada para prestigiar o Paulo, o novo amigo Português que mora em Guimarães, e vê-lo tocar caixa (tambor) na Festa do Pinheiro que faz parte das Nicolinas. O que são as Nicolinas? Pelo que o Paulo me disse e pela minha pesquisa no Oráculo do Saint Google, a origem vem da devoção religiosa a São Nicolau, por isso o nome de Nicolinas. Pelo que entendi, essa devoção chegou a Guimarães por meio dos romeiros de Santiago de Compostela que eram devotos de São Nicolau (protetor dos jovens pobres, dos perseguidos, dos comerciantes, das crianças, dos presos,...e dos infelizes). Inicialmente, as Nicolinas eram festas somente religiosas mas, com o tempo, a parte profana com bebidas, músicas e danças foi agregada. Nós participamos da festa do Pinheiro, que se realiza anualmente no dia 29 de novembro. São centenas de Nicolinos - estudantes e ex-alunos das escolas de Guimarães - que se fantasiam e passam a noite em um cortejo tocando caixas e bombos, sempre com a mesma sequência característica (video também a seguir). O cortejo inclui carretas puxadas por touros que carregam o pinheiro mais alto encontrado na região. A festa termina somente quando o pinheiro é plantado ao lado da Igreja de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos, o que acontece por volta das 05 horas da manhã. Então, o resultado é muitos calos nas mãos dos Nicolinos, mas isso não tira o prazer da participação. Esse foi o depoimento do Paulo.

Vejam um pouco do cortejo da Festa👇





E lá fomos nós, noite a dentro, com um frio de rachar, acompanhando a batucada dos Nicolinos. Não aguentamos muito mais além da uma da manhã e fomos para o quentinho da nossa “casa” em Guimarães.

Olha eu acompanhando, toda animada um pequeno grupo de cortejo. Durante todo o dia, formam os pequenos cortejos que se juntam na entrada do castelo para iniciar o maior que está no vídeo acima. 👇





Paulo e sua esposa, Linda, foram ótimos guias turísticos e nos contaram muito da história deles mesmos quando crianças nas vezes que percorremos o centro histórico e depois fomos jantar. Foi muito legal. Nada melhor do que um nativo nos acompanhando pela cidade. 

Obrigada, meninos!


 Eu, Edison e Linda
Edison e Paulo
 
A galera experimentando o doce regional de Guimarães

Observação: estamos montando uma galeria de fotos das cidades que já percorremos. Em breve estará publicada no blog.

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