#IORESTOACASA prolongada até 03 de maio.





Quando parecia que a situação estava melhorando e víamos mais gente e carros na rua, no dia 10 de abril o presidente do Conselho de Ministros Giuseppe Conte anuncia mais uma extensão da quarentena. Dessa vez, a quarentena estende-se até o dia 03 de maio, mas com permissão para abertura de pequenos negócios, papelarias, tabacarias, floriculturas e algumas fábricas. Aos poucos, Itália tenta se recuperar de suas ruas desertas, com vozes ecoando no ar.

Algumas cidades italianas já não são consideradas zonas vermelhas, as taxas de mortalidade se estão reduzindo e as taxas de recuperação e altas hospitalares aumentando. Ainda há um acréscimo de novos pacientes, mas são situações cada vez menos graves. Há esperança no ar.

Vemos que há um esforço por parte do Governo para a retomada gradual das atividades econômicas. Os jornais anunciaram que um comitê técnico foi formado pelo Presidente para identificar formas eficazes e inovadoras para que o País possa sair gradualmente do bloqueio e para favorecer a retomada das atividades produtivas. 

No entanto, o perigo de contágio continua, o Governo alerta para uma fiscalização mais rigorosa durante o feriado da Páscoa. É a Páscoa blindada para o Coronavírus. É a Operação Páscoa em Casa. A polícia italiana foi para rua no feriado para prender ou multar aqueles que não cumprissem com o decreto #STAIACASA. Em Milão, helicópteros e drones estiveram nos ares a fim de evitar qualquer tipo de fuga da cidade. 

No domingo de Páscoa, dia 12 de abril, o Papa Francisco celebrou uma missa novamente com a tradicional benção "Ubi et Orbi". Dessa vez o Papa não foi uma figura solitária na Basílica de São Pedro – na celebração havia uns poucos escolhidos - mas ainda carregava um semblante triste e preocupado. Ele fez um apelo para que fosse dada atenção especial aos que vivem nas periferias, aos refugiados e aos desabrigados. Pediu a redução das sanções internacionais que impedem alguns países de oferecerem um apoio adequado aos seus cidadãos, além de um apelo à solidariedade internacional  com relação às dívidas sobre os orçamentos dos países mais pobres. E, ainda, fez um importante apelo aos líderes mundiais para cessarem com as guerras civis e políticas, citando países como a Líbia, por exemplo, e o crônico problema da imigração - um barco de madeira com 79 pessoas a bordo foi interceptado na região de Lampedusa, uma ilha italiana no mar mediterrâneo, juntamente com outros que estavam à deriva. Por falta de condições para atender às necessidades sanitárias necessárias para os imigrantes, o prefeito da cidade assinou uma ordem para o fechamento completo do porto enquanto durar a emergência COVID-19 no País. 

“Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro está sofrendo e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia”, disse o Papa.

Admiro e respeito o Papa Francisco, mas, no fundo, fico pensando até aonde chega a força das suas palavras, até que ponto elas são respeitadas por aqueles que podem, de fato, fazer com que o mundo não seja tomado pela indiferença.

O presidente dos Estados Unidos está oferecendo ajuda para Itália. Ele assinou um memorando presidencial solicitando para que os secretários estrangeiros e de defesa disponibilizassem ao governo italiano dispositivos médicos, telemedicina, suprimentos e assistência técnica. Os 30.000 militares e bases americanas estarão, na sua maioria, atuando nas regiões da península. Por outro lado, unilateralmente, Trump também bloqueou os repasses de recursos à Organização Mundial da Saúde por considerá-la incompetente na administração para o controle da Pandemia e, ainda, por considerar que os repasses realizados pelos EUA são bem maiores do que de outros países como a China, por exemplo.

Como confiar em líderes tão contraditórios em seus próprios atos e pensar que apelos sábios e humanitários poderão afetar, de alguma forma, suas decisões?

A indiferença daqueles que podem fazer a diferença continua!


Comentários

Unknown disse…
O Papa não pode se mostrar desesperançoso quanto à indiferença reinante e fez uma espécie de chamado à consciência dos líderes mundiais, principalmente os dos países ricos, para que, neste momento trágico, comum a todos, os que podem mais possam estender a mão aos que pouco ou nada podem. Talvez não seja atendido, mas certamente foi ouvido, e suas palavras já estão fazendo ninho na consciência dessas pessoas. Um dia elas falarão mais alto, gritarão, e os apelos do Papa serão então, não só ouvidos, mas atendidos. Um dia...
Unknown disse…
Feliz por saber que a Itália aos poucos retoma a sua rotina. Rezo para que vocês se vejam logo livres deste vírus. Aqui no Brasil, infelizmente, a situação é bem diferente. Apesar do presidente ter mudado o ministro da saúde, para que a rotina do povo volte ao normal, a normalidade está bem longe de ser atingida por aqui. Desconfiem dos números que a partir de agora serão apresentados, eles não refletirão a realidade, é só uma das jogadas sujas deste governo, para tentar aparentar normalidade e convencer o povo a voltar a trabalhar, a sair, a consumir. A preservação da vida não é uma prioridade, a retomada da economia vem falando bem mais alto e para isso, eles manipularão os números, ignorarão o caos, e seguirão em frente, deixando os empresários sorrindo e os empregados doentes e infelizmente, muitos mortos. Baixas de guerra, apenas isso, na cabeça deste psicopata que senta na cadeira presidencial. Só para vocês terem uma ideia da real situação, o prefeito de uma cidade do Rio, mostrou um documento que todos os prefeitos estão recebendo, do Exército brasileiro, querendo saber quantos cemitérios há em cada cidade, qual a atual capacidade, quantos enterros podem realizar por dia. Por que será que precisam desses dados??? A previsão não é das mais otimistas, pelo visto. Rezemos!