Vivendo por um mês em Castel Volturno, região da Campanha.


Por do sol visto da varanda do nosso apartamento. Fotos @EdisonPratini

Lar é onde depositamos amor, onde carregamos as nossas energias e onde confiamos as nossas emoções. É o nosso porto seguro onde sempre queremos voltar; não é verdade?  Como podemos nos sentir assim numa vida nômade? Quando escolhemos nossa próxima morada nos sites de apartamentos por temporada, o fazemos com cuidado, com pensamento de que o lugar escolhido será o nosso lar por um período. Sempre ajeitamos o novo "lar" do nosso jeitinho logo que chegamos. 

Assim foi feito no apartamento que alugamos por um mês em Castel Volturno, balneário próximo a Nápoles. Depois de uma viagem de 5 dias pelas estradas de Toscana, Lázio, Basilicata e Campanha, estávamos mesmo querendo voltar para um cantinho gostoso, relaxar e ficar. No nosso "lar". Como sempre, colocamos alguns porta retratos com fotos nossas e de família, ajeitamos a disposição de alguns móveis e ajeitamos as nossas malas. Com o tempo o apartamento foi ficando com o cheiro do nosso perfume e da nossa comidinha para nos presentear com um aroma de boas vindas toda vez que voltávamos para casa.

Video do nosso apartamento-lar em Castel de Volturno. 👇 


O apartamento, espaçoso num condomínio à beira-mar, tinha linda vista para o mar Tirreno. A nossa rotina de abrir as janelas pela manhã e receber um bom dia deste mar incrivelmente iluminado pelo sol era de tirar o fôlego.

Mais espetacular ainda era o por do sol diário escancarado sobre o mar bem à nossa frente na varanda daquele oitavo andar onde estávamos. Nos dias de primavera em que estivemos em Castel Volturno ainda fazia um pouco de frio e ventava. Quando o clima permitia, lá estávamos nós, na varanda, para um belo jantar ou para apenas apreciar a cor alaranjada do sol se pondo brincando com as nuvens. Nos outros dias olhávamos protegidos pelas amplas janelas.




Uma coisa interessante na maioria das praias italianas - e em boa parte da Europa - é a separação entre praias privadas e as públicas. As privadas oferecem serviços de cadeiras, barracas, banho quente e frio, banheiros e até um armário para guardar as coisas. Nessas áreas, as praias são mais limpas do que nas públicas. Por conta disso, as areias são separadas da rua por muros de restaurantes que se estendem por boa parte da praia. Achei meio estanho ter que passear por uma calçada ao lado da praia, mas sem acesso à areia e à vista livre do mar. O vídeo abaixo foi feito logo que cheguei na cidade, os restaurantes ainda não estavam funcionando totalmente equipados e o movimento de gente ainda era pequeno, mas dá para ter uma ideia das praias muradas.👇




Castel Volturno não foi uma escolha nossa. Na verdade pretendíamos ficar em Nápoles. Os planos eram de conhecer Nápoles, Pompéia e subir o vulcão Vesúvio! Como não encontramos um aluguel de preço acessível em Nápoles, estendemos a pesquisa e encontramos esse lugar, a apenas 30 minutos do centro de Nápoles e igual distância do Vesúvio. Foi uma benção! Ganhamos uma bela paisagem e uns dias de praias como bônus no nosso planejamento.

Nápoles é a terceira maior cidade da Itália, depois de Roma e Milão. Não entendemos como existem pacotes saindo de Roma para visitar Nápoles em um dia! Somos do estilo slow travel, gostamos de apreciar vagarosamente os lugares. Um dia apenas nessa cidade seria impossível para nós. 

Nápoles é intensa em todos os sentidos. Uma simples parada numa cantina típica para saborear uma pizza napolitana já é uma experiência e tanto. Vídeo 👇



Do que mais gostamos de Nápoles? Dos napolitanos! É claro! Das suas casas, cantinas, ruas, janelas, roupas penduradas como se fossem bandeiras nacionais expondo um orgulho napolitano que só essa cidade pode oferecer. 

Pelas rua de Nápoles. Foto @Marina Ribeiro

Vimos pessoas manejando cestinhas das janelas de suas casas para coletar algo que outra pessoa está entregando desde a rua. Pitoresco! Vídeo 👇




Percebe-se que os filmes italianos não exageram, é a representação natural da vida italiana. Inclusive nos gestos e expressões que as pessoas fazem para se comunicarem! Essa parte vale para toda Itália! Ah, como são expressivamente gestuais. Amamos observá-los conversando. 

Pompéia! Ficamos impressionados com o estado de conservação das ruínas e, principalmente, pelo tamanho, organização e luxo da cidade em pleno 79 DC! Era uma metrópole urbanizada! "Ma, come!!!!" Passamos um dia inteiro percorrendo casas, ruas, templos, jardins, imaginando como seria cada lugar povoado naquela época. Uma imaginação que nos tomou um tempo precioso! Alguns templos e casas são vigiados e fecham as 16:30. As 16:15 h, numa dessas casas que estávamos calmamente observando, um segurança nos abordou para avisar que tudo fecharia em breve. Saímos correndo para ver o resto. Acabou que não visitamos todos lugares que gostaríamos. Mas pudemos observar que Pompéia era uma grande cidade, organizada com vias principais e vielas. Percebemos uma separação por bairros ricos e pobres, ruas específicas para atividades comerciais, algumas outras para restaurantes, enotecas e divertimento (o bairro das amantes!).  Até lugares de fast-food com fachadas pintadas ao estilo anúncio do local! Devido à sua localização à beira-mar (antes da erupção do Vesúvio), a cidade era um destino turístico para férias dos romanos e tinha uma considerável importância econômica para Roma.





Ah, o Vesúvio...um lugar maravilhoso para apreciar a vista da costa napolitana a partir de seu topo. É um vulcão de 1200 metros localizado a 9 km a leste de Nápoles. No ano 79 DC, a erupção do vulcão destruiu Pompéia. Edison fez um vídeo super detalhado a respeito das erupções e da nossa trilha.👇





Atualmente, a área ao redor do vulcão é um parque nacional que oferece uma trilha para chegar até a cratera que tem 500 metros de diâmetro e 300 metros de profundidade. Interessante que, justamente por ser tão grande e não se ter uma referência de tamanho nas bordas e no interior da cratera, a vista e o percurso da trilha não dão a percepção dessas enormes dimensões. O seu interior está repleto de rochas vulcânicas e pequenos campos gramados. Veja no foto abaixo um vapor emergindo do solo. Esse é um sinal de que existe um alto calor presente na parte mais profunda do vulcão - e que ele ainda é ativo.

Foto da cratera do Vesúvio. Foto @edisonpratini


Celebramos a realização dessa trilha com duas taças de vinho regional e ficamos apreciando a linda vista da costa napolitana.


Celebrando a trilha no Vesúvio. Foto de @EdisonPratini.

Segundo o dono do quiosque onde compramos o vinho, a produção é 100% da uva Piedirosso (pé vermelho). A uva é chamada assim porque é formada por três hastes rosadas fazendo parecer um pé de pombo. Ela é cultivada na encosta do Vesúvio. Edison escolheu o vinho branco da produção mais famosa, a Lacryma Christi del Vesuvio, um nome que evoca a lenda de que as vinhas teriam sido geradas pelas lágrimas de Cristo ao caírem sobre o solo ao redor do vulcão. Eu escolhi um da mesma produção, só que tinto e nada de contos especiais sobre ele.... O dele estava melhor, sem dúvida.

Descendo a trilha do Vesúvio. Foto de @EdisonPratini


Assim foi nosso mês na região da Campanha, uns dias desfrutando da praia, outros nos aventurando entre rochas vulcânicas e a história da humanidade e alguns outros dias mergulhando na alegria contagiante de Nápoles.

Comentários

Unknown disse…
Orgogliosa di avere dei parenti come voi ❤❤❤